Olá, esta postagem trará algumas considerações feitas a partir do capítulo “Conhecimento e sala de aula” do livro “Ensino de Ciências: Fundamentos e métodos”, de Martha Marandino et al. Acompanhe!!
Primeiramente, a sala de aula é um local privilegiado do
ponto de vista das relações.
Falando sobre a dimensão epistemológica das interações, que é
sobre como se são as teorias do conhecimento, de acordo com os papeis do sujeito
do conhecimento e objeto do conhecimento. Distintos filósofos da ciência
realizaram análises epistemológicas que destacaram que tanto a concepção
empirista como a racionalista, enquanto bases para a compreensão do problema do
conhecimento, não se sustentam quando são consideradas teorias científicas.
Argumentaram sobre a inconsistência do pressuposto da neutralidade
epistemológica do sujeito do conhecimento – como queria a visão do empirismo e
positivismo – para explicar o surgimento de novos conhecimentos científicos.
Kuhn introduz o uso do termo paradigma, argumentando que no
desenvolvimento da ciência ocorrem rupturas, ou seja, um paradigma é
substituído por outro.
A dimensão educativa das interações envolve a análise dos
educadores Paulo Freire e George Snyders – contemplam fundamentos que permitem
estruturar práticas educativas relativas aos aspectos da veiculação do
conhecimento na educação escolar.
Programação e planejamento didático: duas categorias de
conhecimento – científico e senso comum (conhecimento prévio do aluno).
Abordagem temática – possibilita a ocorrência de ruptura
durante a formação dos alunos. É importante que a estrutura das atividades
educativas, incluindo a seleção de conteúdo que devem constar na programação
das disciplinas, bem como sua abordagem sistematizada nas salas de aula.
Rompe com o tradicional paradigma curricular cujo princípio
estruturante é a conceituação científica – currículo concebido com base numa
abordagem conceitual.
Conceituação científica – subordinada tanto às temáticas
significativas como à estrutura do conhecimento científico.
Abordagem conceitual: perspectiva curricular cuja lógica de
organização é estruturada pelos conceitos, com base nos quais se selecionam os
conteúdos de ensino. Para Snyders – transformação envolve processos de
continuidade de ruptura.
Aluno – traz para a escola algo que está relacionado ao senso
comum e relaciona com sua interpretação dos temas – Essa transformação precisa
ser transformada.
“É necessário que a cultura elaborada, ou seja, as teorias
científicas, em processo de ruptura com a cultura primeira, seja apropriada
pelo aluno”.
Tarefa da educação escolar – trabalho didático-pedagógico que
considere explicitamente as rupturas que os alunos precisam realizar, durante o
processo educativo – conteúdos tornem-se programáticos escolares. Snyders: “não
é uma simples transformação do conhecimento, é uma reforma do conhecedor”.
A dimensão didático-pedagógica das interações explicita
alguns aspectos da contribuição que Freire e seus seguidores têm dado para uma
compreensão da atuação pedagógica com essa cultura que o aluno já detém.
Apreensão do significado e interpretação dos temas por parte
dos alunos que precisa estar garantida no processo didático-pedagógico, para
que os significados e interpretações de dados possam ser problematizados.
Diálogo a ser realizado refere-se aos conhecimentos que ambos
os sujeitos da educação, aluno, professor, detêm a respeito do tema, objeto de
estudo e compreensão.
Estrutura curricular – não se organize apenas nas
perspectivas da abordagem conceitual, mas sim mediante a abordagem temática.
Momentos pedagógicos
Problematização inicial – caracterizado pela apreensão e
compreensão das posições dos alunos ante as questões em pauta.
Organização do conhecimento – conhecimentos necessários para
a compreensão dos temas e da problematização inicial são sistematicamente
estudados.
Aplicação do conhecimento – abordar sistematicamente o
conhecimento que vem sendo incorporado pelo aluno.
Bem, esperamos que esta postagem venha contribuir com sua
prática docente, assim como as outras que já fizemos neste blog. Lembre-se sempre
de deixar suas considerações nos comentários!!
Até mais!!
Referências: DELIZOICOV, Demétrio, et al. Ensino de Ciências: fundamentos e
métodos. Cortez Editora, 2002.