terça-feira, 12 de julho de 2016

As diversas abordagens de ensino: Abordagem Humanista

Olá, neste post trouxemos algumas considerações principais sobre a abordagem humanista. Vamos lá !!

Dentro da literatura temos as concepções de C. Rogers, ensino centrado no aluno, personalidade e conduta e do espotaneísta A Neill. Nesta abordagem veremos o foco nas relações interpessoais e o crescimento resultante das mesmas, centrado no desenvolvimento da personalidade de meninas e meninos. Outro destaque é a vida psicológica e emocional do individuo e a construção de uma visão autêntica de si. O professor não é visto como aquele que ensina, mas sim, um facilitador da aprendizagem, pois o conteúdo é fruto das próprias experiências dos estudantes e a atividade é algo natural que se tem a partir da interação com o meio.

O homem situa-se no mundo e é um ser único, assim como suas concepções sobre o mundo. Experiências pessoais e subjetivas são a base do conhecimento abstrato, sendo assim, não há moldes ou regras a serem seguidas e sim um vir-a-ser, com objetivo de uso pleno das potencialidades e capacidade se um ser. Segundo Rogers homens e mulheres devem ser independentes, diferentes, autônomos, e devem ser aceitos e respeitados, onde a experiência e os sentimentos desempenham papel de crescimento. Assim o individuo é o arquiteto de si mesmo é um agente transformador e de transformação diante do mundo e da realidade.

Para Rogers o mundo é algo subjetivo, pois ele é reconstruído pelos homens e mulheres a partir de percepções, estímulos e experiências, eles são os configuradores e o ambiente é o que da às condições para as expressões pessoais, visando a ampliação das potencialidades inerentes de um ser. Geralmente a concepção individual de mundo não é parecida com a definição de mundo objetivo, ele pode variar entre mais próximo e mais distante disto. O “eu” também se forma a partir da concepção de mundo, pois mesmo que o foco seja o sujeito o ambiente é o que desenvolve essas percepções.

Nas relações sociedade-cultura o foco é o sujeito, Rogers diz que a única autoridade relevante aos indivíduos é a qualidade no estabelecimento de relações interpessoais, pois isso resulta em auto-responsabilidade, sendo assim seriam mais flexíveis, adaptáveis e criativos. A ênfase a partir desta abordagem é o processo e não o estado final, não é aceito o controle e manipulação das pessoas por uma ordem vigente e nem pelos ideais sociais, a ideia é a educação em serviço das pessoas e da felicidade delas, pensando sempre no ser autêntico.

O conhecimento parte da experiência pessoal, e este é subjetivo, onde o sujeito tem o papel central na elaboração e criação do conhecimento. A experimentação leva ao conhecer, pois ela é um conjunto de ações e relações vividas e amostradas, ao mesmo tempo nada é acabado, e sim uma constante dinâmica, pois os seres humanos têm uma curiosidade natural para o conhecimento.

Esta Abordagem trata da educação do sujeito e não dela como um sinônimo de situação escolar (instituição e sala de aula) ou formal. Ou seja, ensino centrado no estudante, onde ele assume a responsabilidade em se educar, possibilitando a auto-aprendizagem promovendo o desenvolvimento intelectual e emocional do sujeito. A adoção dessa vertente entende que quando essas condições se estabelecem o indivíduo tem mais iniciativas, responsabilidades, autodeterminação, discernimento, autonomia nem novos desafios e flexibilidade em novas situações. Essa abordagem assume então que tudo que estiver a serviço do crescimento pessoal, interpessoal ou intergrupal é educação e o motivo de aprender devem ser os do próprio estudante

A escola deve respeitar a criança como ela é e proporcionar condições para que ela possa desenvolver seu processo de vir-a-ser, valorizando a autonomia do aluno. Onde as leis são estabelecidas por um parlamento escolar com reuniões regulares. Entretanto entende-se que pela essência dessa abordagem, ela não poderia ser realizada em escolas comuns.

O ensino é centrado na pessoa a aprendizagem em tudo que envolve um ser. 

O professor é um ser que aprendeu a usar-se com êxito para alcançar seus próprios propósitos e da sociedade na educação de outros, é por isso que não é possível propor esquematizar e padronizar estratégias de ensino ao professor, pois cada um deve elaborar seu repertório, e o mesmo, não precisa necessariamente, obter competências e conhecimentos (currículo), a única constituinte dessa ação é compreender-se e compreender os outros. Além disso, na prática o professor é o facilitador da aprendizagem, aceitando o aluno como ele é e compreendendo os sentimentos que possui, só assim será possível desenvolver um ambiente favorável para o aprendizado.

Já o aluno deve se responsabilizar pelos objetivos da aprendizagem, pois esses têm um significado para ele, e por isso é tão importante. Deve também se comprometer com o auto-desenvolvimento.  

A metodologia – Todas as técnicas e métodos existentes (audiovisuais, técnicas didáticas, recursos, meios, mídias entre outros) ganham segundo plano por serem consideradas falhas, pois, não são elas que facilitam a aprendizagem, e sim o estilo próprio que cada professor desenvolve. O ideal é que se proporcione curiosidade, encorajamento de seus próprios interesses, recursos; responsabilidade dos atos e escolhas, formação consciente do estudante, interações e problematização de situações reais, flexibilizar e desenvolver no aluno a autodisciplina critica. Na prática a pesquisa dos conteúdos deve ser feita pelos estudantes que poderão criticá-las, aperfeiçoá-las ou mesmo substituí-las

A avaliação – Tanto Rogers quanto Neill abominam qualquer forma de modelagem nos produtos de aprendizagem, por isso assumem defendem a auto-avaliação, onde só o individuo entende e compreende sua própria experiência, logo só deve ser julgada só pelos seus próprios critérios. Isso implicará no assumir de responsabilidade de sua aprendizagem, pois haverá uma auto-avaliação de critérios e se seus objetivos estão sendo atingidos.     


Você conhecia esta abordagem e suas características? Deixe seus comentários, perguntas e críticas. É importante essa interação!!

A próxima postagem é a última da sequência de abordagens de ensino, a abordagem sociocultural, já ouviu falar? Então continue acompanhando o Ciensino. Até mais!!




Referência: MIZUKAMI, Maria da Graça Nicoletti. Ensino: as abordagens do processo. Editora Pedagógica e Universitária, 1986.

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