Fonte: http://josianafelix.blogspot.com.br/2015/11/maquinaria-escolar-x-des-encantos.html
Olá, traremos a partir desta postagem as
diversas abordagens a qual nós professores e licenciandos podemos ter em uma
sala de aula. Desta forma, você que já é professor poderá identificar sua
prática em sala de aula e você licenciando poderá ter alternativas de
abordagens a seguir.
O primeiro post desta sequência de
postagens sobre abordagens de ensino traz a abordagem tradicional. O intuito é
apresentar os aspectos gerais da abordagem, conteúdos teóricos e conceituais,
sendo estruturados da seguinte maneira: serão definidos os conceitos de homem,
mundo, sociedade-cultura, conhecimento, educação, escola, ensino-aprendizagem,
professor-aluno, metodologia e avaliação.
O conceito de homem considera que o mesmo inserido num
mundo que irá conhecer através de informações que lhes serão fornecidas, sendo
essas as mais importantes e úteis para ele. O homem é um receptor passivo,
sendo considerado uma espécie de tábula
rasa, na qual são impressas, progressivamente, informações fornecidas pelo
ambiente.
O mundo é o externo ao indivíduo, que irá aos
poucos, compreendendo cada vez mais dele (o mundo), através dos modelos,
ideais, aquisições científicas e tecnológicas, raciocínios e demonstrações,
teorias elaboradas através dos séculos.
Sociedade-cultura refere-se a um modelo em que se visa a sua
perpetuação, ao mesmo tempo que a produção de pessoas eficientes que consigam
impulsioná-los em direção a um maior domínio sobre a natureza, ampliando e
aprofundando as áreas de conhecimento. Os níveis culturais são exprimidos à
educação formal pelos programas, sendo assim, o diploma um instrumento de
hierarquização dos indivíduos num contexto social. A visão do processo
educacional é individualista, não possibilitando, na maioria das vezes,
trabalhos de cooperação.
O conhecimento esta relacionado a capacidade de
acumular/armazenar informações, ou seja, o homem incorpora informações sobre o
mundo, sendo elas das mais simples às mais complexas. É adquirido por meio de
transmissão, de onde se supões o papel importante da educação formal e da
instituição escola, atribuindo ao sujeito um papel insignificante na elaboração
e aquisição do conhecimento.
A educação é caracterizada como transmissão de
conhecimentos, restrita à ação da escola. É indispensável a intervenção do
professor, considerado mestre. Assim, a educação passa a ser um produto.
O lugar onde realiza-se a educação, é
chamado de escola. Ela se
restringe em sua maior parte, a um processo de transmissão de informações em
sala de aula. Conhecida também lugar por excelência onde se raciocina,
defendendo um ambiente físico austero para que o aluno não se distraia. Mantém
o professor distante dos alunos.
O ensino-aprendizagem é enfatizado dadas às situações de
sala de aula, onde os alunos são instruídos e ensinados pelo professor.
Considera-se que a aprendizagem ocorre através de imitação, ou seja, as
informações são adquiridas através de um adulto “completo”, “formado”. É neste
tópico que são feitas as principais críticas à esta abordagem. É um ensino
caracterizado por se preocupar mais com a variedade e quantidade de
noções/conceitos/informações que com a formação do pensamento reflexivo. É
caracterizado pelo verbalismo do mestre e pela memorização do aluno.
A relação professor-aluno é vertical, sendo um dos polos o
professor, o que detém o poder decisório quanto à metodologia, conteúdo,
avaliação, etc. O professor informa e conduz os seus alunos em direção a
objetivos que lhes são externos, detendo os meios coletivos de expressão. O
aluno deve reproduzir automaticamente os dados que lhes são fornecidos,
portanto o papel do professor é de mediador, entre cada aluno e os modelos
culturais.
A metodologia se baseia mais frequentemente na aula
expositiva e nas demonstrações do professor à classe, quase como um auditório.
O professor traz o conteúdo pronto e o aluno se limita a escutá-lo,
passivamente. Os alunos reproduzem o conteúdo de forma automática e sem
variações. O trabalho intelectual do aluno será iniciado, propriamente, após a
exposição do professor, quando então realizará os exercícios propostos. É
difícil para o professor saber se o aluno está necessitando de auxílio, uma vez
que usualmente quem fala é o professor.
A avaliação é realizada predominantemente visando
a exatidão da reprodução do conteúdo lecionado em sala de aula. Portanto, é
medida a quantidade e exatidão de informações que se consegue reproduzir,
através de provas, exames, chamadas orais, exercícios, etc.
Você conhecia todas estas características
da abordagem tradicional? Por que ela se deu assim, e até os dias de hoje é
muito comum? São questões que ficam para refletirmos. Deixe seus comentários,
perguntas e críticas. É fundamental essa interação, para que possamos aprender
juntos.
Na próxima postagem trataremos da abordagem
cognitivista. Até mais!!
Palavras-chave: Autoritarismo; Foco no professor;
Conteudismo; Aluno passivo.
Referência: MIZUKAMI, Maria da Graça Nicoletti. Ensino: as abordagens do processo.
Editora Pedagógica e Universitária, 1986.
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