terça-feira, 12 de julho de 2016

As diversas abordagens de ensino: Abordagem Tradicional.


Fonte: http://josianafelix.blogspot.com.br/2015/11/maquinaria-escolar-x-des-encantos.html

Olá, traremos a partir desta postagem as diversas abordagens a qual nós professores e licenciandos podemos ter em uma sala de aula. Desta forma, você que já é professor poderá identificar sua prática em sala de aula e você licenciando poderá ter alternativas de abordagens a seguir.

O primeiro post desta sequência de postagens sobre abordagens de ensino traz a abordagem tradicional. O intuito é apresentar os aspectos gerais da abordagem, conteúdos teóricos e conceituais, sendo estruturados da seguinte maneira: serão definidos os conceitos de homem, mundo, sociedade-cultura, conhecimento, educação, escola, ensino-aprendizagem, professor-aluno, metodologia e avaliação.

A concepção tradicional considera o adulto como um homem acabado, “pronto” e o aluno um “adulto em miniatura”, que precisa ser atualizado. Desta forma, o ensino nessa abordagem será centrado no professor, voltando-se para o que é externo ao aluno, que executa prescrições que lhe são fixadas por autoridades exteriores.

O conceito de homem considera que o mesmo inserido num mundo que irá conhecer através de informações que lhes serão fornecidas, sendo essas as mais importantes e úteis para ele. O homem é um receptor passivo, sendo considerado uma espécie de tábula rasa, na qual são impressas, progressivamente, informações fornecidas pelo ambiente.

O mundo é o externo ao indivíduo, que irá aos poucos, compreendendo cada vez mais dele (o mundo), através dos modelos, ideais, aquisições científicas e tecnológicas, raciocínios e demonstrações, teorias elaboradas através dos séculos.

Sociedade-cultura refere-se a um modelo em que se visa a sua perpetuação, ao mesmo tempo que a produção de pessoas eficientes que consigam impulsioná-los em direção a um maior domínio sobre a natureza, ampliando e aprofundando as áreas de conhecimento. Os níveis culturais são exprimidos à educação formal pelos programas, sendo assim, o diploma um instrumento de hierarquização dos indivíduos num contexto social. A visão do processo educacional é individualista, não possibilitando, na maioria das vezes, trabalhos de cooperação.

O conhecimento esta relacionado a capacidade de acumular/armazenar informações, ou seja, o homem incorpora informações sobre o mundo, sendo elas das mais simples às mais complexas. É adquirido por meio de transmissão, de onde se supões o papel importante da educação formal e da instituição escola, atribuindo ao sujeito um papel insignificante na elaboração e aquisição do conhecimento.

A educação é caracterizada como transmissão de conhecimentos, restrita à ação da escola. É indispensável a intervenção do professor, considerado mestre. Assim, a educação passa a ser um produto.

O lugar onde realiza-se a educação, é chamado de escola. Ela se restringe em sua maior parte, a um processo de transmissão de informações em sala de aula. Conhecida também lugar por excelência onde se raciocina, defendendo um ambiente físico austero para que o aluno não se distraia. Mantém o professor distante dos alunos.

O ensino-aprendizagem é enfatizado dadas às situações de sala de aula, onde os alunos são instruídos e ensinados pelo professor. Considera-se que a aprendizagem ocorre através de imitação, ou seja, as informações são adquiridas através de um adulto “completo”, “formado”. É neste tópico que são feitas as principais críticas à esta abordagem. É um ensino caracterizado por se preocupar mais com a variedade e quantidade de noções/conceitos/informações que com a formação do pensamento reflexivo. É caracterizado pelo verbalismo do mestre e pela memorização do aluno.

A relação professor-aluno é vertical, sendo um dos polos o professor, o que detém o poder decisório quanto à metodologia, conteúdo, avaliação, etc. O professor informa e conduz os seus alunos em direção a objetivos que lhes são externos, detendo os meios coletivos de expressão. O aluno deve reproduzir automaticamente os dados que lhes são fornecidos, portanto o papel do professor é de mediador, entre cada aluno e os modelos culturais.

A metodologia se baseia mais frequentemente na aula expositiva e nas demonstrações do professor à classe, quase como um auditório. O professor traz o conteúdo pronto e o aluno se limita a escutá-lo, passivamente. Os alunos reproduzem o conteúdo de forma automática e sem variações. O trabalho intelectual do aluno será iniciado, propriamente, após a exposição do professor, quando então realizará os exercícios propostos. É difícil para o professor saber se o aluno está necessitando de auxílio, uma vez que usualmente quem fala é o professor.

A avaliação é realizada predominantemente visando a exatidão da reprodução do conteúdo lecionado em sala de aula. Portanto, é medida a quantidade e exatidão de informações que se consegue reproduzir, através de provas, exames, chamadas orais, exercícios, etc.

Você conhecia todas estas características da abordagem tradicional? Por que ela se deu assim, e até os dias de hoje é muito comum? São questões que ficam para refletirmos. Deixe seus comentários, perguntas e críticas. É fundamental essa interação, para que possamos aprender juntos.

Na próxima postagem trataremos da abordagem cognitivista. Até mais!!

Palavras-chave: Autoritarismo; Foco no professor; Conteudismo; Aluno passivo.


Referência: MIZUKAMI, Maria da Graça Nicoletti. Ensino: as abordagens do processo. Editora Pedagógica e Universitária, 1986.

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