terça-feira, 12 de julho de 2016

Texto - Visões deformadas da ciência transmitidas pelo ensino

Olá, esta postagem trará algumas considerações feitas a partir do texto “Visões deformadas da ciência transmitidas pelo ensino”. Esperamos que gostem!!

Estudos apontam que a educação científica proporciona apenas conhecimento sobre características das estratégias de trabalho científico. Como resultado, as concepções de estudantes, e até mesmo os próprios professores, sobre a natureza da ciência não diferem das visões ingênuas adquiridas por impregnação social. Para tal, o artigo “Visiones deformadas de la ciencia transmitidas por la enseñanza” destaca a importância dessas visões distorcidas como um principal obstáculo para a renovação do ensino das ciências e analisa a atenção concedida pela pesquisa educacional em conjunto das deformações e reducionismos.

Foi feita uma análise sobre a compreensão dos professores do que é ciência e também uma análise literária, ou seja, de livros didáticos e livros utilizados por professores para ensinar. Em cada um dos estudos analisados, foram encontradas referências a eventuais reducionismos e distorções da atividade científica. Deve notar-se que,
muitas vezes, essas referências são breves e incidentais, mas contribuem, no entanto, para demonstrar o grau de preocupação para a sua existência.

Foram constatadas 7 visões presentes no ideário da compreensão das pessoas do que é ciência, e em cada uma delas apontando um quadro correspondente as referências bibliográficas.

7 visões deformadas de ciência


(1) Visão emprírico-indutivista e ateórica – Compreender ciências somente como produto de observação e experimentação NEUTRAS. (Fazer ciência aleatoriamente, “ateórica” porque não tem nada que embase, sem nenhum conhecimento anterior pra chegar ao resultado. Empirismo tem essa compreensão, de que a ciência se dá de forma indutiva).

(2) Visão rígida – Considera a ciência algorítmica, exata, infalível. O método científico é um conjunto de etapas a seguir mecanicamente.

(3)Visão aproblemática e ahistórica – Aproblemática por não possuir erros, falhas. Independe do tempo, do processo histórico o que se foi descoberto, quando na verdade é o oposto disso. Exemplo: Darwin chegou as conclusões que chegou de acordo com o contexto histórico o qual ele estava inserido.

(4) Visão exclusivamente analítica – Menos recorrente. Caráter limitado, simplificatorio, esquecendo de esforços subsequentes de unificação e construção do conhecimento cada vez mais amplo.

(5) Visão cumulativa (linear) – Produz conhecimento de forma linear, crescente e isso se acumula ao longo do tempo.

(6) Visão individualista e elitista – Uma das visões mais tratadas na literatura. Conhecimentos científicos aparecem como obra de gênios, que ignoram o papel do trabalho coletivo. Também acaba disseminando a distorção de que é uma prática masculina.

(7) Visão descontextualizada e socialmente neutra – Todo conhecimento que a ciência produz é neutro, ou seja, a ciência ignora ou trata muito superficialmente as complexas relações entre ciência, tecnologia e sociedade.


Estas são as sete grandes deformações tratadas na literatura.  É nítido como todas elas, ou grande parte, já nos foram apresentadas ao longo da trajetória acadêmica ou até mesmo antes. Cabe a nós, futuros professores de ciências, pensar criticamente sobre o impacto causado por essas distorções e atuar a favor do rompimento de práticas que contribuem para que essas visões sejam cada vez mais disseminadas.

Até a próxima postagem!!



Referência

FERNÁNDEZ, Isabel, et al. Visiones deformadas de la ciencia transmitidas por la enseñanza. Enseñanza de las Ciencias, 2002, 20.3: 477-488.

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