Olá, esta postagem trará algumas considerações feitas a
partir do texto “Visões deformadas da ciência transmitidas pelo ensino”. Esperamos
que gostem!!
Estudos apontam que a educação científica proporciona apenas
conhecimento sobre características das estratégias de trabalho científico. Como
resultado, as concepções de estudantes, e até mesmo os próprios
professores, sobre a natureza da ciência não diferem das visões ingênuas
adquiridas por impregnação social. Para tal, o artigo “Visiones
deformadas de la ciencia transmitidas por la enseñanza” destaca a importância dessas visões distorcidas como um principal
obstáculo para a renovação do ensino das ciências e analisa a atenção concedida
pela pesquisa educacional em conjunto das deformações e reducionismos.
Foi feita uma análise sobre a compreensão dos professores do
que é ciência e também uma análise literária, ou seja, de livros didáticos e
livros utilizados por professores para ensinar. Em cada um dos
estudos analisados, foram encontradas referências a eventuais reducionismos e
distorções da atividade científica. Deve notar-se que,
muitas vezes, essas referências são breves e incidentais, mas contribuem, no entanto, para demonstrar o grau de preocupação para a sua existência.
muitas vezes, essas referências são breves e incidentais, mas contribuem, no entanto, para demonstrar o grau de preocupação para a sua existência.
Foram constatadas 7 visões presentes no ideário da compreensão
das pessoas do que é ciência, e em cada uma delas apontando um quadro
correspondente as referências bibliográficas.
7 visões deformadas de ciência
(1) Visão emprírico-indutivista e ateórica – Compreender
ciências somente como produto de observação e experimentação NEUTRAS. (Fazer
ciência aleatoriamente, “ateórica” porque não tem nada que embase, sem nenhum
conhecimento anterior pra chegar ao resultado. Empirismo tem essa compreensão,
de que a ciência se dá de forma indutiva).
(2) Visão rígida – Considera a ciência algorítmica, exata,
infalível. O método científico é um conjunto de etapas a seguir mecanicamente.
(3)Visão aproblemática e ahistórica – Aproblemática por não
possuir erros, falhas. Independe do tempo, do processo histórico o que se foi
descoberto, quando na verdade é o oposto disso. Exemplo: Darwin chegou as
conclusões que chegou de acordo com o contexto histórico o qual ele estava
inserido.
(4) Visão
exclusivamente analítica – Menos recorrente. Caráter limitado, simplificatorio, esquecendo de esforços subsequentes de
unificação e construção do conhecimento cada vez mais amplo.
(5) Visão cumulativa (linear) – Produz conhecimento de forma
linear, crescente e isso se acumula ao longo do tempo.
(6) Visão individualista e elitista – Uma das visões mais
tratadas na literatura. Conhecimentos científicos aparecem como obra de gênios,
que ignoram o papel do trabalho coletivo. Também acaba disseminando a distorção
de que é uma prática masculina.
(7) Visão descontextualizada e socialmente neutra – Todo
conhecimento que a ciência produz é neutro, ou seja, a ciência ignora ou trata
muito superficialmente as complexas relações entre ciência, tecnologia e
sociedade.
Estas são as sete grandes deformações tratadas na literatura.
É nítido como todas elas, ou grande
parte, já nos foram apresentadas ao longo da trajetória acadêmica ou até mesmo
antes. Cabe a nós, futuros professores de ciências, pensar criticamente sobre o
impacto causado por essas distorções e atuar a favor do rompimento de práticas
que contribuem para que essas visões sejam cada vez mais disseminadas.
Até a próxima postagem!!
Referência
FERNÁNDEZ,
Isabel, et al. Visiones deformadas de la ciencia transmitidas por la enseñanza.
Enseñanza de las Ciencias, 2002, 20.3: 477-488.
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