Olá, hoje trouxemos
algumas considerações principais sobre a abordagem cognitivista. Vamos lá!
Principais
representantes: Jean
Piaget (foto abaixo) e Jerome Bruner.
A abordagem cognitivista se relaciona a processos centrais do indivíduo, tais como: organização do conhecimento,
processamento de informações, estilos de pensamento ou estilos cognitivos,
comportamentos relativos à tomada de decisões.
A aprendizagem é
estudada cientificamente como sendo mais que um produto do ambiente, das
pessoas ou de fatores que são externos o aluno. É dada ênfase em processos cognitivos e na investigação cientifica separada dos
problemas sociais contemporâneos. A ênfase dada na capacidade do aluno de integrar
informações e processá-las, se trata de uma abordagem interacionista.
Os conceitos de homem e mundo são analisados
conjuntamente, o conhecimento é o produto da interação entre eles, entre
sujeito e objeto, sem centro algum da relação (a importância não é dada
totalmente a um ou outro).
Piaget defende o
desenvolvimento do ser humano por fases que se se inter-relacionam e se sucedem
até estágios de inteligência caracterizados por maior mobilidade e
estabilidade.
O Indivíduo é um sistema aberto, em reestruturações sucessivas, em
busca de um estágio final nunca alcançado por completo (os desequilíbrios e novos
reequilíbrios são alcançados mesmo quando se alcança os estágios de maior
mobilidade).
Com relação à sociedade e cultura, o desenvolvimento
social deve caminhar no sentido da democracia, que implica deliberação comum e
responsabilidade pelas regras que os indivíduos seguirão.
O nível de estruturação
lógica dos indivíduos de qualquer grupo, constitui-se a infraestrutura dos
fatos sociais daquele grupo. Logo, fatos sociológicos variam de grupo para
grupo, de acordo com o nível mental médio das pessoas que constituem o grupo: regras,
valores, normas, símbolos.
Já o conhecimento é uma
construção contínua, a passagem de um estado de desenvolvimento para o seguinte
é sempre caracterizada por formação de novas estruturas que não existiam
anteriormente no indivíduo.
Não procede nem de um sujeito consciente de si mesmo nem de objetos já
constituídos que a ele se importam, o conhecimento resultaria de interações que
se produzem entre os dois. Logo o conhecimento humano é ativo.
Conhecer um objeto é
agir sobre e transformá-lo. É assimilar o real às estruturas de transformações,
e são as estruturas elaboradas pela inteligência enquanto prolongamento direto
da ação.
A educação se resume no processo educacional que deve provocar
situações que sejam desequilibradoras para o aluno, desequilíbrios esses
adequados ao nível de desenvolvimento em que se encontram, de forma que seja
possível a construção progressiva das noções e operações, ao mesmo tempo em que
a criança vive intensamente cada etapa de seu desenvolvimento.
Não se formam pessoas
autônomas moralmente se os alunos são constrangidos intelectualmente, ou seja,
aprender por imposição sem descobrir. Logo a escola deve dispor de condições
que possibilitem a autonomia dos alunos.
Seu objetivo não deve
ser o de transmitir verdades, informações, demonstrações, modelos, mas sim em
que o aluno aprenda, por si próprio, a conquistar essas verdades através da
criação de soluções e estratégias, é preciso que explorem ao máximo os
recursos.
A escola deve ensinar a criança a observar a realidade, investigar
individualmente, ter liberdade de ação, trabalhar com assuntos condizentes ao
nível de desenvolvimento de suas estruturas cognitivas pelo processo de
equilíbrio-desequilíbrio, oferecer oportunidades do aluno desenvolver suas
capacidades motoras, verbais e mentais que serão usadas para intervir na
sociedade.
A formação de grupos
deve ser espontânea, o tema estudado um verdadeiro desafio que proporcione
interesse, essa é a motivação, esta não vem de fora, está em aprender. Cada
reequilibração é um avanço, pois o aluno construiu um conhecimento mais
completo que anteriormente.
O ensino-aprendizagem deverá ter diversas formas, pois a aprendizagem
do aluno depende das esquematizações. O ensino procura desenvolver a
inteligência e priorizar as atividades do sujeito, aprender envolve assimilação
de objetos a esquemas mentais e depende do estágio de desenvolvimento do aluno
e da sua competência. Uma aprendizagem verdadeira se dá pelo da inteligência,
isso é, quando o aluno elabora seu conhecimento.
O ensino deve se basear
sobre os erros, pesquisas, investigação e nas soluções criadas pelos alunos
para resolver os problemas e não em nomenclaturas, fórmulas e definições. É
importante considerar o "aprender a aprender", pois as crianças não
foram ensinadas a pensar e desenvolvem mecanismos mais avançados de pensamento
conforme pensam.
Na relação professor-aluno o professor não é
transmissor de informações, deve conhecer o conteúdo da disciplina e criar
condições favoráveis para o processo de desequilíbrio-equilíbrio (propor
problemas mas não as soluções) e cooperação moral e racional, evitar rotinas e
hábitos orientando o aluno a assumir sua autonomia, deve observar o
comportamento dos alunos, conversar e deixar ser interrogado por eles, pois
isso auxilia na sua aprendizagem e desenvolvimento.
O aluno não é um
receptor de informações e deve ser tratado conforme as características de seu
estágio de desenvolvimento, seu papel é ativo na aprendizagem e constitui em
realizar: observações, comparações, análises, levantamento de hipóteses,
argumentação e outras operações de pensamento.
Para a metodologia nessa abordagem, não existe um modelo pedagógico, mas
sim uma teoria do conhecimento e do desenvolvimento humano que trazem
implicações para o ensino. H.Aebli (1978) elaborou uma didática baseada em
Piaget com contribuição de H. Furth, autores difundidos no Brasil.
O trabalho em equipe
não atende apenas à socialização, à superação do egocentrismo e o
desenvolvimento da autonomia, é decisivo no desenvolvimento intelectual do
indivíduo, pois, ao compartilharem ideias, informações, decisões e
responsabilidades; cada membro do grupo atua como um controle lógico do
pensamento individual.
Toda assimilação da
realidade, por parte do indivíduo, necessita de seus esquemas anteriores, o uso
de recursos audiovisuais não é tão relevante, pois as matérias são tratadas de
modo figurativo. O importante à criança é ela construir seu material, e não ser
padronizado, pois os alunos aprendem com as próprias experiências e não com as
feitas pelo professor que deve unir direcionamento com liberdade aos alunos.
A avaliação Terá de ser realizada com base se o aluno adquiriu
noções, conservações e relações; seu rendimento poderia ser verificado através
de expressões próprias, explicações práticas e causais.
O professor terá de
considerar as soluções erradas, incompletas ou distorcidas pelos alunos, pois a
cada estágio de desenvolvimento, a cada indivíduo e esquemas usados, há uma
resposta diferente.
Você conhecia esta abordagem e suas características? Por que ela parece tão incomum na sala
de aula? São questões que ficam para refletirmos. Deixe seus comentários,
perguntas e críticas. É importante essa interação!!
Bem, esperamos que esse
texto tenha sido de grande valia à você e voltaremos na próxima postagem
tratando da abordagem comportamentalista. Até mais!!
Referência: MIZUKAMI, Maria da Graça Nicoletti. Ensino: as abordagens do processo.
Editora Pedagógica e Universitária, 1986.
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